Entra docemente o caos disfarçado de gente e de palavras
É estranho no sentir, no corpo e no ser
Uma implosão entranhada de identidade desconhecida
Memórias sentadas inquietas face à tela em branco
Um filme que se cria em rotação de inspirações e choro.
O corpo é pó revolto em sangue e ventre
Um embalo quente de solidão com braços ternos
A voz de dentro estranha a si própria
Cor de mar e de nuvens misturada em imensidão de sonhos
O som das trevas cansadas e das madrugadas despertas
O colo quente do amor em voos de braços descobertos
Árvores grandes, gigantes que nos seguram nos ramos
Beijos em palavras, poemas de olhares silenciosos
O amor é uma metamorfose, lenta e densa, cor de tanto
Ar que se é, brisa que desassossega a inércia do ser
Em tempos misturados com espaços num só, a dor do infinito.
A cor do infinito traz paz em cestas grandes, gigantes.