quinta-feira, 16 de julho de 2009
AS ILHAS
Andy Warhol, sem título 1959
Qualquer que seja a viagem
protegem-nos as células, a genética das idades;
crescem-nos dedos de lagartos para subir as rochas.
Somos o ser agora nos filamentos futuros
as paisagens por abrir, o segredo dos rios míudos
a voz cissiada de mistérios nos halos das searas
o destino das seivas no segundo seguinte
o que está p'ra vir.
Não somos deuses mas homens
os não eternos, abertos nas costelas do tempo
gladiadores de fim próximo na escala dos séculos
anjos e demónios nos fios de teia frágil, suspensa
entre o infindável céu, o infindável mar
o impenetrável magma do ventre da terra.
E Somos!... Viajantes de dilúvios de Noé
de ondas graves e tábuas partidas nos Oceanos;
"Liliputs" de escafrando nas cidades submersas.
Mas Não Somos de Ninguém!...Unos, diferentes
construímos as nossas jangadas atingimos ILHAS.
As nossas ILHAS!
As ILHAS aguardam a chegada dos navios.
As ILHAS são o paraíso dos peixes
o descanso de algas, o lugar do coqueiro
das catatuas.
E são os pontos pequenos do mundo
quando vistas da Lua.
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