quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A uma passante (no facelessbook)





Não há crítica que convença
o cinema da minha cegueira
quando o teu corpo todo é usado
a favor de uma estátua com cílios.

Todas as imagens são filhas
da filtragem da luz do sol
e da minha introversão,
que entretanto
se encontrou finalmente
perdida.

Porque na realidade nunca te despes.
E nas tuas fotos do Facelessbook
estás demasiado convencida
que a noite não te trará nem mais um chapéu
proibido onde possas pousar a cabeça
e a fotogenia.

Ocultas o rosto na convexidade da técnica
e durante o teu sono injusto
o teu cabelo sangra copiosamente
entre o pus e o design
da dor e do atrevimento
de estares tão longe de mim.