Que murmúrios tão distintos são esses
dentro de ti?
São teus e meus os limos arenitos
de uma compota arejada que adia o doce
no precalço da colónia mínima
do tal murmúrio feito por mim
dentro de ti.
Diz-me!Diz-me! Quero ouvir
Não que seja novidade esse novelo
de palavras que afasta a fonte
dos azuis, essa rima clara de
começo de alavanca, um tropeço
que aproxima almas primas
num sorriso de estrelícias
cores escondidas
laranja, azul violeta
queixo verde natureza
alfinete na ponta que bica
os segredos do poeta
corado, quente no Estio
do desejo que apoquenta
aperta um pouco e solta mais
essa veia de minérios preciosos
emocionais.
Diz-me! Diz-me! Quero ouvir
Tenho pressa na partilha de chinelos
"patchwork" escocês
entre o bâton e o quarto
qual sinete louco
marcando o teu corpo.
Trocar-te a camisola do interior
ser a maçã do teu conforto
um sino solto
nas montanhas que subiste
num sorriso sossegado de menino
e eu menina de tranças plenas
entre versos doces
poesias de surpresas.
Diz-me! Diz-me! Quero ouvir
A voz de anjo que me oprime
prende o canto e a corneta do meu céu
a lente que espalha o raio
sem medo de ser
cigarra ou borboleta
escorpião e flamingo
fogueira flamejante
que nos faz subir à Lua
cair na terra e ser semente-
Diz-me! Diz-me! Quero ouvir
Muáh! Muáh!
Schlape! Schlape!
Maria-
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Meninas
Menina princesa
De porte altivo
Brilha toda em ouro
Tem o mundo em volta
Para deslumbrar
Menina menina
De rosto cansado
Vive para dar
Uma vida ao lado
Menina sem luz
Cai a névoa densa
Que o pintor desenha
Cai sobre princesa
Cai sobre menina
Cai como num sonho
A querer transformar
Menina ou princesa
- Em criança
De porte altivo
Brilha toda em ouro
Tem o mundo em volta
Para deslumbrar
Menina menina
De rosto cansado
Vive para dar
Uma vida ao lado
Menina sem luz
Cai a névoa densa
Que o pintor desenha
Cai sobre princesa
Cai sobre menina
Cai como num sonho
A querer transformar
Menina ou princesa
- Em criança
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