Beijada de beijos
Teus, que não sei
Se são meus
Os teus beijos
São desejos
E não sei
Quantos beijos
Precisas me dar
Para saberes
Que o beijo
Já não sabe parar
Beijada de beijos
Teus, fico aqui
A sentir
O que o teu
Beijo meu
Me deixou
Ao partir
Ficou só
Mais um beijo
Preso ao coração
Cada vez
Que ele bate
Pulsa a sensação
Desse tão
Beijo meu
Que afinal
É o teu
Beijada de beijos
Teus, que a sede
Me trazem,
Tanta sede
Eu tenho
De sorver
Mais um beijo
E assim
Se te vejo
Hei-de arrancar
O beijo
Desse tão
Beijo teu
Que afinal
É o meu
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Bonitas as árvores
"Bonitas as árvores?" e tu dizes nada
atento ao toque, trinados metálicos
feitos de moda e metal imediato
"A Bolsa sabes! Não é dia! LIgou-me
o Estevão!"
Assinei de palmas as penas do chão
as folhas castanhas secas fluídas
carapaça olfactiva de terra negra
e de uma formiga essa sim atarefada
de um ponto branco, uma migalha.
Centrei-me nela indefesa tão pequena
ampliei de vista as antenas, a cabeça
ametista, a pata levantada soltando
a baga, a gota cansada de caminho
e ela fugindo, ela por baixo
por cima a migalha.
"Gosto das árvores no Outono
erguem os braços fortes, finos!
Vês deste lado, um esquiço
um "Siza" chino, traços leves
fundo azul.
Gosto das cores cambiantes matiz
o som dos passos na forma elástica
interminável de um poema, estala."
E tu calado estendes a mão no meu ombro
afagas a pele; que interessa a palavra
a biologia do resto?
"Não queres sentar? Abrimos o jornal
não sujas o fato. Anda. Aqui no relvado.
Lembras-te do silêncio da Serra
no casebre de madeira da Estrela?
"A Bolsa sabes! A todo o momento..."
E os meus olhos dentro de mim:
vejo um prado longo de verde
umas meias longas brancas
umas tranças
uma Alice de tufos macios
um relógio grande de fadas
e imagino outras palavras:
"Bonitas as árvores?"
- Sim! Bonitas as árvores contigo ao lado!"
Maria-
atento ao toque, trinados metálicos
feitos de moda e metal imediato
"A Bolsa sabes! Não é dia! LIgou-me
o Estevão!"
Assinei de palmas as penas do chão
as folhas castanhas secas fluídas
carapaça olfactiva de terra negra
e de uma formiga essa sim atarefada
de um ponto branco, uma migalha.
Centrei-me nela indefesa tão pequena
ampliei de vista as antenas, a cabeça
ametista, a pata levantada soltando
a baga, a gota cansada de caminho
e ela fugindo, ela por baixo
por cima a migalha.
"Gosto das árvores no Outono
erguem os braços fortes, finos!
Vês deste lado, um esquiço
um "Siza" chino, traços leves
fundo azul.
Gosto das cores cambiantes matiz
o som dos passos na forma elástica
interminável de um poema, estala."
E tu calado estendes a mão no meu ombro
afagas a pele; que interessa a palavra
a biologia do resto?
"Não queres sentar? Abrimos o jornal
não sujas o fato. Anda. Aqui no relvado.
Lembras-te do silêncio da Serra
no casebre de madeira da Estrela?
"A Bolsa sabes! A todo o momento..."
E os meus olhos dentro de mim:
vejo um prado longo de verde
umas meias longas brancas
umas tranças
uma Alice de tufos macios
um relógio grande de fadas
e imagino outras palavras:
"Bonitas as árvores?"
- Sim! Bonitas as árvores contigo ao lado!"
Maria-
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