um dia podemos ser únicos no cimo de um monte
entre o nevoeiro, as pedras buriladas pelo vento
e a paisagem difusa do horizonte.
entre o nevoeiro, as pedras buriladas pelo vento
e a paisagem difusa do horizonte.
um dia podemos ou não podemos realizar o sonho –
conto-te de todos os poemas:
os que nascem sem nascente
os que são de água que cai de cima
os que são de pó suspenso –
ouve, digo-te
um dia podemos ter os dedos abertos sobre todos os medos
um dia livre sem estações nem horas
sem nuvens nem rodas
sem o escape dos ponteiros do relógio
sem a ânsia eterna dos
pêndulos, que não param –
ouve, digo-te
um dia podemos ser mais no intervalo mais comprido, ouço músicas
o intervalo subitamente cristalino
para que a pergunta surja mais afirmativa
porque não antes?
porque não sempre?
josé ferreira 1 de Novembro de 2012
josé ferreira 1 de Novembro de 2012