Deram-nos o fim, procurámos a história de verso,
de reverso e ao inverso.
Afinal eram dois e não só um e o resultado
foi assim:
I
O diário de bordo
Não havia qualquer razão para viajar.
A cidade asfixia.
No meio do mar não há fumos
apenas a clarabóia do céu límpido
e as memórias
da semana antecedente.
Ficaste do outro lado das ondas
nos limites da praia.
Fecho os olhos vejo o cais
na despedida lenta,
o rosto de pomba,
o vestido a regressar.
De volta ao convés, reabro
o diário de bordo. E o barco
continua parado
no oceano sem porto.
II
Olhar nas janelas
Vida chata esta!
Estação negra das baratas;
bicho feio!
Milhares de gente
carregando farneis,
nos sacos, nas cestas,
nos gritos desalmados
das almas pequenas
de poucas razões.
Não quero os lugares,
as vozes múltiplas.
Antes o vazio do assento.
Ser, de olhar nas janelas,
saltimbanco de olhos vendados,
sem vara e sem cautelas,
o comboio e nós dentro.
António e José
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Desculpem o atraso!
No interior do meu peito
despeço-me do que
o meu amor não tem.
Até a voz do mar se torna exílio
neste momento em que me deixas dormindo
recusando o que é desfeito,
o que é passado de tão partido.
Partes sem dar importância nenhuma
à porta que se fecha, ao livro esquecido,
à cama que morre muda
na imensidão de lençóis perdidos.
O meu olhar é como um girassol
plantado nas tuas costas nuas
e a luz que nos rodeia é como grades
prendendo-me onde me não escutas.
[Nunca são as coisas mais simples que acontecem
quando as esperamos.]
despeço-me do que
o meu amor não tem.
Até a voz do mar se torna exílio
neste momento em que me deixas dormindo
recusando o que é desfeito,
o que é passado de tão partido.
Partes sem dar importância nenhuma
à porta que se fecha, ao livro esquecido,
à cama que morre muda
na imensidão de lençóis perdidos.
O meu olhar é como um girassol
plantado nas tuas costas nuas
e a luz que nos rodeia é como grades
prendendo-me onde me não escutas.
[Nunca são as coisas mais simples que acontecem
quando as esperamos.]
Um outro olhar...(7)
“a praia do molhe…”
seria uma praia como outra qualquer
se não fosse a minha praia
aquele lugar especial
aquele lugar que não esquecemos nunca
seria uma praia como outra qualquer
se não tivesse sido aqui que cresci
e aprendi a gostar das pequeninas coisas da vida
olhar para o sol de inverno, molhar os pés na água fria
seria uma praia como outra qualquer
se não fosse aqui que eu volto sempre
para chorar ou para rir
para sonhar ou simplesmente para estar
seria uma praia como outra qualquer
se não fosse a minha praia
aquele lugar especial onde eu volto sempre
para recordar
seria uma praia como outra qualquer
PEDIDO DE DESCULPAS (e bem-hajam)
Antes de mais nada, quero dizer:
Bem-vindas e bem-vindos à nova edição do Curso de Escrita Criativa! E o meu abraço. A quem não pôde vir, mas está aqui no blogue, na alegria da escrita e da partilha, e para sempre na minha memória, o meu abraço também!
Depois, dizer ainda:
Peço muita desculpa por não ter feito comentários aos trabalhos, mas tenho estado doente. Vou tentar fazê-lo amanhã, se conseguir, mas tenho um dia complicado... Se não me for possível, imprimo os textos e falamos sobre eles na primeira meia hora.
Bem-vindos a uns, pois. Bem-permaneçam aos outros. E a todos e todas: bem-hajam!
Outro abraço,
ana luísa
Bem-vindas e bem-vindos à nova edição do Curso de Escrita Criativa! E o meu abraço. A quem não pôde vir, mas está aqui no blogue, na alegria da escrita e da partilha, e para sempre na minha memória, o meu abraço também!
Depois, dizer ainda:
Peço muita desculpa por não ter feito comentários aos trabalhos, mas tenho estado doente. Vou tentar fazê-lo amanhã, se conseguir, mas tenho um dia complicado... Se não me for possível, imprimo os textos e falamos sobre eles na primeira meia hora.
Bem-vindos a uns, pois. Bem-permaneçam aos outros. E a todos e todas: bem-hajam!
Outro abraço,
ana luísa
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