sexta-feira, 15 de junho de 2012
a arte de um soneto de Alexandre O'Neill
No primeiro é assim: fica de parte.
No segundo já posso prometer
que no terceiro vai haver mais arte.
Mas afinal não houve... Que fazer?
Melhor será calar, pois que dizer
nem no sexto conseguirei destarte.
Os acentos errados é favor não ver;
nem os versos errados, que também sei hacer...
Ó nono verso por que vais embora
sem que eu te sublime neste décimo?
Ao décimo primeiro dediquei uma hora.
Errei-o. Mas que importa se a poesia,
mesmo que não o errasse, já não vinha?
É este o último e, como os outros, péssimo...
Alexandre O'Neill, in Poesias Completas 1951/1986 lido aqui
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