Que seria de mim, de nós,
se perpetuássemos a convicção da espera eterna,
se perdêssemos a esperança num Futuro
de vermos transformado em presente
um 30 de Fevereiro!
Ambição sublime, para nós realidade,
comunhão bendita à luz do nosso eu
ou de um qualquer Deus...
Só por isso
eu devo sorrir quando triste,
eu não sofro demasiado vendo jovens enlaçados
seguindo seus caminhos mesmo sem rumo!
Só por isso
eu consigo um frágil equilíbrio,
que uma tristeza-revolta me não aniquile,
que uma grande angústia se dissipe,
enquanto espero por te reencontrar!
Só por isso
eu consigo fugir de mim mesmo,
deixando para trás todo um sentir,
tão belo e tão humano que nos uniu,
e que será, por certo, amanhã em nós
vivência constante como outrora,
meu sublime e inacabado amôr!
( António Luíz, Porto -1990; in " EU e O SILÊNCIO",
1994 - 1ª edição / 2008 - Edições Ecopy )