Amar-te é morar nos abraços que te dou
Engelhar lençóis e enriçar as pernas e os dedos
Num nó de gente sem pente, só nós e os nossos segredos
Amar-te é procurar-te todos os dias, como se não estivesses
Encontrar a cura para as lágrimas dentro dos teus braços
Fingir que sei o que faço quando estou longe de ti
Fazer que finjo que sei regressar serena a ti
Amar-te é arrombar as velhas portas trancadas
É escolher o que visto porque me vês
Fazer dos teus olhos o espelho
Mostrar-te todos os medos
Mesmo os mais feios e medonhos
Amar é servir-te em bandeja de prata
Todos os meus monstros e os meus sonhos
Amar-te é esta delicadeza sem etiqueta
Que desliza sem regras e sem conduta
Amar-te é amar-te ao exagero sem ser discreta
É trazer-te pela mão, pela rua, e pelos planos que planto
E ficar a vigiar de regador na mão
Rego o amor
Para que cresça
E rogo
Para que não esmoreça