terça-feira, 2 de junho de 2009
Durmo ou não?
Durmo ou não? Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.
Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
Fernando Pessoa
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.
Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
Fernando Pessoa
Culpa minha
Culpa minha
de estender a maré cheia
como um linho de espumas
na cor beige das areias
Culpa minha
apertar as cinzas nos granitos das calçadas
rodar nos dedos as limalhas rudes
arestas afiadas
Culpa minha
candelabros e safiras
caminhos indiscretos
no mausoléu dos retratos
Culpa minha
soprar as neblinas
desnudar ânsias
nos recantos das cortinas
Culpa minha
ser ave nocturna dos telhados
asas abertas no voo curvo dos cometas
de robustas madrugadas
Culpa minha
alvéolos de alvoroço
no passeio dos afectos
de cidades transparentes
Culpa minha
no campo que escuto deserto
ser espanto dos morcegos
no rodopio de Luas
vela de estrelas
de corpo nu
nos lábios d'alma
Ser
culpa minha
culpa minha
culpa minha
...
de estender a maré cheia
como um linho de espumas
na cor beige das areias
Culpa minha
apertar as cinzas nos granitos das calçadas
rodar nos dedos as limalhas rudes
arestas afiadas
Culpa minha
candelabros e safiras
caminhos indiscretos
no mausoléu dos retratos
Culpa minha
soprar as neblinas
desnudar ânsias
nos recantos das cortinas
Culpa minha
ser ave nocturna dos telhados
asas abertas no voo curvo dos cometas
de robustas madrugadas
Culpa minha
alvéolos de alvoroço
no passeio dos afectos
de cidades transparentes
Culpa minha
no campo que escuto deserto
ser espanto dos morcegos
no rodopio de Luas
vela de estrelas
de corpo nu
nos lábios d'alma
Ser
culpa minha
culpa minha
culpa minha
...
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