de entrada a uma casa pequena ao sol
o estreito movimento de olhos
o virar da face como remo
uma casa que é barco por dentro
e arrefece na suspensão de uma festa no cabelo
sem prestar atenção ao que se acende e se apaga em cada ilha
ao movimento dos barcos
quando se despedem dos olhos
a caminho do espaço comum
aberto devagar entre as sobrancelhas dos bichos
milímetros paralelos de luz
e cada um para o outro, uma criança -
tem que se falar de luz no sublime cruzar dos olhos dos bichos
não através dos olhos dos mortos nem do alimento do espectro dos livros
sigo com os barcos que fazem desaparecer multidões
a acenar por dentro dos olhos
ouve-se um rumor lúcido de um motor suave
mais ou menos o que há de bom no sol
talvez esteja a chegar
o calor é actualizado a cada instante
e já não é o calor do sol
de luz, de avisos
oh meu capitão
há barcos que vão e vêm vazios