terça-feira, 22 de março de 2011
Fragmentos III - A dedicatória
José Torrent
O presente de amor procura-se, escolhe-se e compra-se na maior excitação - excitação essa que parece ser da ordem da felicidade. Calculo activamente se este objecto dará prazer, se não desiludirá ou se, pelo contrário, parecendo muito importante, ele próprio não denunciará o delírio - ou o logro - em que estou preso. O presente de amor é solene; arrastado pela metonímia devorante que regula a vida imaginária, transporto-me inteiramente nele.
Roland Barthes "Fragmentos de um discurso amoroso" ed. 70
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