quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
os aromas das flores noctívagas
Magritte "o vestido de noite"
como responder de forma lisa e suave
senão falando de flores e aromas;
as magnólias de seda branca
definíveis no plano despido dos ramos
como sinos inaudíveis e invertidos
e quanto aos aromas
vagueando na sedução dos jasmins
nas suas volúpias de doces caprichos
flores pequenas e destemidas
e ao mesmo tempo delicadas e subtis
suspensas sobre o tronco e sobre o tanque
onde de vez em quando descansam as sombras
e flutuam as camélias mais maduras.
como responder de forma lisa e suave
senão falando de flores e aromas;
lembro agora o vermelho e branco das buganvílias
em vasos de barro altas e as cabelos laranja das estrelícias
e lembro aquela planta de tronco verde e flores noctívagas
lançando perfumes estonteantes
continuadamente intensos na distância.
desculpa desculpa divago divago desculpa desculpa
Imagino o teu olhar severo a teoria da crítica
que simples e tão poucas as metáforas
versos de criança talvez ternos talvez puros
talvez leves talvez insignificantes
mas compreende que sem ser ingénuo
nem completamente destituído de juízo
pratico o equilíbrio
o equilíbrio mais difícil de pontas
num bailado exigente
por onde brilham lagos e se espelham estrelas
nem sempre alegres nem sempre tristes
e por onde em noites mais cheias
passeiam cisnes -
José Ferreira 17 Fev 2011
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