De palavras mínimas assim é a poesia
largos sentidos, vastos mares, nuvens
raios solares a perder de vista.
Feitas de giras células em carapaças
químicas; sente-se o ruído de asas
em fim de ciclo, o ciclo da seda
casulos de borboletas cor de cera.
As palavras mínimas, as poesias
abrem de cuidados as dermes, soltam
o mais íntimo sentir do centro
que se espalha fluorescente
luz clara de corpos que cresce e sobe
em teia de tecidos, céu de vitrais
nos fios finos que unem as estrelas
ao núcleo de veste branca
musa de um mar de veludos.
Nas palavras mínimas dos poemas
não há o perigo fugaz dos líquidos
as asas são sólidas não de Ícaro.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Porque um dia voltaremos
Gostava de partilhar convosco um poema muito especial para mim. Aconteceu na última aula de Português de uma das minhas turmas de 10º Ano. Um poema da autoria de todos os alunos, tocados pela magia da palavra poética, neste último mês de aulas. Um texto que poetiza momentos do percurso escolar, deles e meu. Um texto cheio de reminiscências, minhas e deles. Um texto/poema que dá resposta a um dos desafios que lhes lancei - enquanto escrevemos, permanecemos...
Obrigada a eles por aceitarem o desafio, obrigada a vós por os receberem neste espaço dedicado à poesia e protegido pelos poetas...
Um dia cheguei
não sei bem como, ainda,
e permaneci.
sou escritor de mim.
enquanto escrevo
permaneço.
e houve um tempo em que escrevi
sob baloiços de outono,
passando pelos contos
até ao poema,
aquele que cresce na carne.
nas páginas de uma aula
aprendi a voar.
reencontramo-nos (intrinsecamente)
num abrir de asas.
Porque um dia voltaremos.
Alunos da Turma D/E, Colégio Luso-Francês
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