No azul do horizonte
o astro puro ilumina,
incandesce, queima,
elimina,
medos, melancolia!
Tarde lenta em devaneio
no areal da praia lisa.
No intervalo das dunas,
entre o mar e o receio,
descanso no teu olhar.
Resta o contorno do rosto,
um sopro leve de brisa,
um silêncio que enfeitiça!
p.s. parece que todos gostamos de mar e o Nuno disparou o Click!
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Ausência
O mar do Nuno, lembrou-me uma certa praia. Abandonada há muito, num caderno, também ele há muito abandonado...
A tua infinita ausência
enche esta praia deserta.
O vento das palavras
varre o areal
liso, imenso.
As algas
adormecidas despertam,
esquecidas de que um dia
foram beijos...
Aqui, nesta praia
as ondas morrem
num longo gemido
cortado pela noite.
A tua infinita ausência
enche esta praia deserta.
O vento das palavras
varre o areal
liso, imenso.
As algas
adormecidas despertam,
esquecidas de que um dia
foram beijos...
Aqui, nesta praia
as ondas morrem
num longo gemido
cortado pela noite.
Um gato chamado Freud
Hoje lembrei-me de vos contar uma história diferente, de pequenos quotidianos que geralmente guardamos só para nós. São aqueles nadas que nos preenchem, que batem freneticamente como as asas de libelinhas enquanto piscamos os olhos, com vontade de ser câmara lenta, e apreciar aquela energia inesgotável que as coloca suspensas no ar.
Começa assim:
Era uma vez uma família que tinha vários gatos, um branco de algodão com poucas manchas de mel na mesma cor dos olhos felinos, mais antigo, mais ronceiro gostava de estar à janela num sossego adormecido. O segundo mais tigrão , tanto tinha de tons de selva como de esfomeado e comilão que tornava diminuto o focinho pequeno, esfíngico, na imprópria relação com o tamanho da farta pança. O terceiro e o mais novo, branco com algum beige, olho azul, elegante e brincalhão, atingiu um dia aquela fase das vidas da cidade que obriga à castração. Foi rápida a operação, mas não sei se por causa da anestesia, da injecção, dos comprimidos, dos doutores, de alguma inusitada reacção, ficou o bicho, até aí tão caseiro e tão manso, um pouco baralhado, saindo de casa fugido pelos quintais, pondo em grande alvoroço e enorme preocupação toda a família aos berros pelas ruas, alertando vizinhos, na procura do seu gato durante três dias e três noites, até que por fim surgiu a paz do reencontro e até à data não houve mais episódios, vivendo feliz e contente aos pulos e saltos nos verdes do jardim, perseguindo objectos voadores perfeitamente identificáveis.
Falta a razão desta história, o nome do gato "Freud" e o poema que escrevi quando de novo voltou ao lar:
FREUD
Freud bigode farto
não era bicho de mato,
andorinha, colibri,
arara, urubu, rato,
tigre, leão, elefante,
àguia, corvo ou sapo,
era um simples felino
adorado, doce gato!
Pelo branco tisnado
de pouco beige esfumado,
ensonado, repentino,
jovem, descuidado,
alegre, de pouco tino!
Quis a história contar
que não tendo descendência
(devido às bolas tirar)
zangou-se, foi passear
para outra residência!
Voltou de novo à razão
às saudades do lar,
feliz, mais brincalhão,
sem miau-us de arrepiar,
com ron-rons de D. João...
só queria namorar!
Concerteza imaginam que para esta família e para todos de uma forma geral, depois do grande susto, não há nada melhor que um final feliz!
Gostei de partilhar esta pequena história convosco!
Começa assim:
Era uma vez uma família que tinha vários gatos, um branco de algodão com poucas manchas de mel na mesma cor dos olhos felinos, mais antigo, mais ronceiro gostava de estar à janela num sossego adormecido. O segundo mais tigrão , tanto tinha de tons de selva como de esfomeado e comilão que tornava diminuto o focinho pequeno, esfíngico, na imprópria relação com o tamanho da farta pança. O terceiro e o mais novo, branco com algum beige, olho azul, elegante e brincalhão, atingiu um dia aquela fase das vidas da cidade que obriga à castração. Foi rápida a operação, mas não sei se por causa da anestesia, da injecção, dos comprimidos, dos doutores, de alguma inusitada reacção, ficou o bicho, até aí tão caseiro e tão manso, um pouco baralhado, saindo de casa fugido pelos quintais, pondo em grande alvoroço e enorme preocupação toda a família aos berros pelas ruas, alertando vizinhos, na procura do seu gato durante três dias e três noites, até que por fim surgiu a paz do reencontro e até à data não houve mais episódios, vivendo feliz e contente aos pulos e saltos nos verdes do jardim, perseguindo objectos voadores perfeitamente identificáveis.
Falta a razão desta história, o nome do gato "Freud" e o poema que escrevi quando de novo voltou ao lar:
FREUD
Freud bigode farto
não era bicho de mato,
andorinha, colibri,
arara, urubu, rato,
tigre, leão, elefante,
àguia, corvo ou sapo,
era um simples felino
adorado, doce gato!
Pelo branco tisnado
de pouco beige esfumado,
ensonado, repentino,
jovem, descuidado,
alegre, de pouco tino!
Quis a história contar
que não tendo descendência
(devido às bolas tirar)
zangou-se, foi passear
para outra residência!
Voltou de novo à razão
às saudades do lar,
feliz, mais brincalhão,
sem miau-us de arrepiar,
com ron-rons de D. João...
só queria namorar!
Concerteza imaginam que para esta família e para todos de uma forma geral, depois do grande susto, não há nada melhor que um final feliz!
Gostei de partilhar esta pequena história convosco!
Um outro olhar...(2)
“no meio do mar...”
no meio do mar sinto-me o dono do mundo
sonho, grito, falo com as estrelas e com o sol
faço amor com as sereias e brinco com os peixes
no meio do mar, eu sou autêntico
pois consigo ser, simplesmente, eu
e não tenho medo de nada
nem das correntes, das ondas ou do maior peixe que existe
como poderia ter medo no meio do mar?
não há guerras, fome, nem crianças maltratadas
não há mentiras, nem ódios e vingança é palavra que não existe
é tão bom estar no meio do mar
sozinho, solto e disperso
sentindo-me o dono do mundo
do meu mundo…
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