Hoje lembrei-me de vos contar uma história diferente, de pequenos quotidianos que geralmente guardamos só para nós. São aqueles nadas que nos preenchem, que batem freneticamente como as asas de libelinhas enquanto piscamos os olhos, com vontade de ser câmara lenta, e apreciar aquela energia inesgotável que as coloca suspensas no ar.
Começa assim:
Era uma vez uma família que tinha vários gatos, um branco de algodão com poucas manchas de mel na mesma cor dos olhos felinos, mais antigo, mais ronceiro gostava de estar à janela num sossego adormecido. O segundo mais tigrão , tanto tinha de tons de selva como de esfomeado e comilão que tornava diminuto o focinho pequeno, esfíngico, na imprópria relação com o tamanho da farta pança. O terceiro e o mais novo, branco com algum beige, olho azul, elegante e brincalhão, atingiu um dia aquela fase das vidas da cidade que obriga à castração. Foi rápida a operação, mas não sei se por causa da anestesia, da injecção, dos comprimidos, dos doutores, de alguma inusitada reacção, ficou o bicho, até aí tão caseiro e tão manso, um pouco baralhado, saindo de casa fugido pelos quintais, pondo em grande alvoroço e enorme preocupação toda a família aos berros pelas ruas, alertando vizinhos, na procura do seu gato durante três dias e três noites, até que por fim surgiu a paz do reencontro e até à data não houve mais episódios, vivendo feliz e contente aos pulos e saltos nos verdes do jardim, perseguindo objectos voadores perfeitamente identificáveis.
Falta a razão desta história, o nome do gato "Freud" e o poema que escrevi quando de novo voltou ao lar:
FREUD
Freud bigode farto
não era bicho de mato,
andorinha, colibri,
arara, urubu, rato,
tigre, leão, elefante,
àguia, corvo ou sapo,
era um simples felino
adorado, doce gato!
Pelo branco tisnado
de pouco beige esfumado,
ensonado, repentino,
jovem, descuidado,
alegre, de pouco tino!
Quis a história contar
que não tendo descendência
(devido às bolas tirar)
zangou-se, foi passear
para outra residência!
Voltou de novo à razão
às saudades do lar,
feliz, mais brincalhão,
sem miau-us de arrepiar,
com ron-rons de D. João...
só queria namorar!
Concerteza imaginam que para esta família e para todos de uma forma geral, depois do grande susto, não há nada melhor que um final feliz!
Gostei de partilhar esta pequena história convosco!
Começa assim:
Era uma vez uma família que tinha vários gatos, um branco de algodão com poucas manchas de mel na mesma cor dos olhos felinos, mais antigo, mais ronceiro gostava de estar à janela num sossego adormecido. O segundo mais tigrão , tanto tinha de tons de selva como de esfomeado e comilão que tornava diminuto o focinho pequeno, esfíngico, na imprópria relação com o tamanho da farta pança. O terceiro e o mais novo, branco com algum beige, olho azul, elegante e brincalhão, atingiu um dia aquela fase das vidas da cidade que obriga à castração. Foi rápida a operação, mas não sei se por causa da anestesia, da injecção, dos comprimidos, dos doutores, de alguma inusitada reacção, ficou o bicho, até aí tão caseiro e tão manso, um pouco baralhado, saindo de casa fugido pelos quintais, pondo em grande alvoroço e enorme preocupação toda a família aos berros pelas ruas, alertando vizinhos, na procura do seu gato durante três dias e três noites, até que por fim surgiu a paz do reencontro e até à data não houve mais episódios, vivendo feliz e contente aos pulos e saltos nos verdes do jardim, perseguindo objectos voadores perfeitamente identificáveis.
Falta a razão desta história, o nome do gato "Freud" e o poema que escrevi quando de novo voltou ao lar:
FREUD
Freud bigode farto
não era bicho de mato,
andorinha, colibri,
arara, urubu, rato,
tigre, leão, elefante,
àguia, corvo ou sapo,
era um simples felino
adorado, doce gato!
Pelo branco tisnado
de pouco beige esfumado,
ensonado, repentino,
jovem, descuidado,
alegre, de pouco tino!
Quis a história contar
que não tendo descendência
(devido às bolas tirar)
zangou-se, foi passear
para outra residência!
Voltou de novo à razão
às saudades do lar,
feliz, mais brincalhão,
sem miau-us de arrepiar,
com ron-rons de D. João...
só queria namorar!
Concerteza imaginam que para esta família e para todos de uma forma geral, depois do grande susto, não há nada melhor que um final feliz!
Gostei de partilhar esta pequena história convosco!
1 comentário:
bichos,
bichanos,
nos fazem sofrer,
por tanto nos darmos.
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