sábado, 22 de dezembro de 2012

Um poema de Natal por José Almeida Silva


   Imagem daqui

Neste Natal é imenso o frio

Neste Natal é imenso o frio –
Belém é um denso nevoeiro
E um obscuro e tímido silêncio
E o orçamento das famílias
Não suporta o calor

Da mensagem de amor
Que em Belém de Judá
Foi anunciada
Faz tanto tempo já.

O frio então era natural
Tão diferente do frio
Cúmplice e artificial
Dos pastores e reis magos
Destes tempos –

O Menino continua o mesmo
Mas os carneiros e as ovelhas
Estão gordos com as pastagens
Dos outros, já tão magros.

Há de crescer o Menino,
Assim o creio,
E na mão um chicote
Para afastar a tirania
E devolver a Esperança.

Não é da cabeça a sua essência,
O Natal é do coração –
Simplicidade e fraternidade
Não cabem no prodígio frio da razão – 
                                                 
19.12.2012
José Almeida da Silva