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Neste Natal é imenso o frio
Neste Natal é imenso o frio –
Belém é um denso nevoeiro
E um obscuro e tímido silêncio
E o orçamento das famílias
Não suporta o calor
Da mensagem de amor
Que em Belém de Judá
Foi anunciada
Faz tanto tempo já.
O frio então era natural
Tão diferente do frio
Cúmplice e artificial
Dos pastores e reis magos
Destes tempos –
O Menino continua o mesmo
Mas os carneiros e as ovelhas
Estão gordos com as pastagens
Dos outros, já tão magros.
Há de crescer o Menino,
Assim o creio,
E na mão um chicote
Para afastar a tirania
E devolver a Esperança.
Não é da cabeça a sua essência,
O Natal é do coração –
Simplicidade e fraternidade
Não cabem no prodígio frio da razão
–
19.12.2012
José Almeida
da Silva