Teve uma vez o sono um soninho tão terrivelmente feio
que nenhuma ama o amava tanto quanto podia
nem o pai tanto quanto queria
e veio o feio sem mãe
e não o amava ninguém
Fez-se o soninho sono ruim
muito desacordado com tudo
fecha os olhos à boa gente
e deixa tudo mudo
quarta-feira, 9 de março de 2011
Poema de embalar
Para adormecer o sono como
chocolates regina morango after eight
bebo finos
sonhos docinhos
meninas meninos
travesseiros tortas de azeitão
como nuvens
sombras de sono
sombrinhas de chocolate regina
à noite
de novo
garfadas de algodão
borregos
barrigas
umbigos
bagos
torradinhos de mel
torradinhas de malmequer
e margaridas saladas
delícias do mar morto
chocolates regina morango after eight
bebo finos
sonhos docinhos
meninas meninos
travesseiros tortas de azeitão
como nuvens
sombras de sono
sombrinhas de chocolate regina
à noite
de novo
garfadas de algodão
borregos
barrigas
umbigos
bagos
torradinhos de mel
torradinhas de malmequer
e margaridas saladas
delícias do mar morto
a partir do céu é possível
A partir do céu é possível a visão da muralha.
Dizem.
Mas de todo o lado da superfície o céu é visível.
A muralha é a intersecção atípica do plano
Não é analogia porque divide na forma ingénua
De ser maior mas não sublime
De ser matéria e não fluidez sensível de espírito
De não sentir a pele, a cor dos olhos, a auréola
A singularidade de uma janela olhando a lua.
Quando falamos de céu é metonímia
Sabemos onde começa
Sabemos que não tem fim -
José Ferreira 9 Março 2011
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