As bachianas melodias penetram de voz feminina
por momentos o tecto vazio de amplas raízes.
As bachianas de "Villa" de "Lobos"
desfibrando terminologias
lianas finas forasteiros sentidos
palpitando socorros de clareiras
na vasta selva savânica
onde o dia escoa ao som de ruídos
que são mudos na noite das bachianas.
Prudente juntar lenha, pedaços de chama
na luz intermitente que afaste as feras
a fogueira num batimento pré-histórico
de lascas e chuvas de faíscas. Brasas
uma luz emergente altiva de pirilampos
na escura orquestra anómala de grilos
músicos vadios em traje de gala
desconexos e perdidos num mar de arbusto
mesmo assim sem ser incómodo
a mágicos sustenidos soprano
as bachianas
sons de dança curvilínea
hipnose oscilante de sorrisos
vestido nas manchas de hienas
quietas, atentas
na clareza aguda das melodias
as bachianas
demovendo olhos cercados de linhas roxas
nos braços nus de uma tempestade interna
as bachianas
o sossego, o abandono
no busto da harpa dourada
crescendo nas cordas de celos
violinos de voz feminina
as bachianas
suspenso em asas de música
por momentos não existo