quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Desculpem o atraso!

No interior do meu peito
despeço-me do que
o meu amor não tem.

Até a voz do mar se torna exílio
neste momento em que me deixas dormindo
recusando o que é desfeito,
o que é passado de tão partido.

Partes sem dar importância nenhuma
à porta que se fecha, ao livro esquecido,
à cama que morre muda
na imensidão de lençóis perdidos.

O meu olhar é como um girassol
plantado nas tuas costas nuas
e a luz que nos rodeia é como grades
prendendo-me onde me não escutas.

[Nunca são as coisas mais simples que acontecem
quando as esperamos.]

3 comentários:

raquel patriarca disse...

Gostei muito... especialmente da parte:
"O meu olhar é como um girassol
plantado nas tuas costas nuas
e a luz que nos rodeia é como grades
prendendo-me onde me não escutas"
Parabéns.

josé ferreira disse...

Um poema que faz todo o sentido
Gostei também de "Partes sem dar importância nenhuma/ à porta que se fecha, ao livro esquecido..."
Parabéns.

Ana Luísa Amaral disse...

Gostei imenso. Imagens fortes. Especialmente da estrofe seguinte:

O meu olhar é como um girassol
plantado nas tuas costas nuas
e a luz que nos rodeia é como grades
prendendo-me onde me não escutas.