Reconheço esse teu andar divagante
em fatias miudinhas.
Esse teu refogar vulcânico,
em fogo quente e azeite abundante.
Esse teu perfume basilico, made in Italy.
Uma pitada de sal e derreto-me.
Uma invocação de toque e
aloiro vontades.
Anseio por um copo de vinho branco,
seco.
Ficar bem macio.
Descascar-me.
Anseio por uma colherada de pau
Colher-te
de pé
Comer-te.
Anseio polvilhar-te.
Verte-me em ti,
às postas.
Havemos de trocar revoluções em barra,
testar habilidades balsâmicas,
marinar pele na pele, em lume brando.
Havemos de levantar fervura,
explodir a carne apurada,
untada,
suada.
Havemos de cozinhar probabilidades,
(em 5 decilitros de qualquer coisa),
á deriva com manteiga inexperiente
e arroz bem solto.
Havemos esmorecer condimentos.
Esquecer o confeccionado.
Arrefecer,
até engrossar.
Havemos de concluir que
o amor é uma cebolada.
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