quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Amor na frigideira

Reconheço esse teu andar divagante
em fatias miudinhas.

Esse teu refogar vulcânico,
em fogo quente e azeite abundante.

Esse teu perfume basilico, made in Italy.

Uma pitada de sal e derreto-me.
Uma invocação de toque e
aloiro vontades.

Anseio por um copo de vinho branco,
seco.
Ficar bem macio.
Descascar-me.

Anseio por uma colherada de pau
Colher-te
de pé
Comer-te.

Anseio polvilhar-te.
Verte-me em ti,
às postas.

Havemos de trocar revoluções em barra,
testar habilidades balsâmicas,
marinar pele na pele, em lume brando.

Havemos de levantar fervura,
explodir a carne apurada,
untada,
suada.

Havemos de cozinhar probabilidades,
(em 5 decilitros de qualquer coisa),
á deriva com manteiga inexperiente
e arroz bem solto.

Havemos esmorecer condimentos.
Esquecer o confeccionado.
Arrefecer,
até engrossar.

Havemos de concluir que
o amor é uma cebolada.

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