quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Chávena de chá

Sublime a chávena de chá deste fim de tarde.
Surgiu dela a tua imagem de menina. O chá
Não estava forte. Não estava. Chamemos-lhe
Afecto ou tisana. De facto tornou-se um momento
De quente harmonia. Vi-o reflectido nos teus olhos
E na indómita vontade que me invadiu de ficar assim
Contigo para sempre. O bem-estar é doce e líquido
Como o sangue – fonte de vida sem sobressaltos –
Em que é dual a liberdade. E estou certo. Sim, estou
Certo de que a tisana ou o afecto deste fim de tarde
Inscreveu em nós sossegadamente a eternidade.
(03.02.007)
José Almeida da Silva

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