a leste do paraíso
debaixo do céu em cada plano
em cada alto a liberdade do rebanho-
a atenção dos frutos da terra prende o chão
seca o ar, sua o rosto, gasta o homem-
o espírito transparece eleva a canção
em cada montanha espalha o sabor do leite
a lã fia o dia aquece a noite sã
abel respira a poeira como um travo doce
sem mágoa-
os frutos da terra trazem o sabor do sal
a íngreme resistência do húmus
a cor amarela dos vegetais
o terror do medo suga raízes
caim cria o deserto-
a morte voa no castigo dos abutres
sete vezes caim vive
os olhos, as mãos, o semblante de sangue
o espírito de abel
a leste do Paraíso-
Carmen e José
1 comentário:
O vosso poema tem momentos muito bem conseguidos. Por exemplo "os frutos da terra trazem o sabor do sal", ou a assonância feliz entre "plano" e "rebanho", ou essa imagem belíssima "caim cria o deserto". Muito bem.
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