É estranha a dor da perda
Abismo entranhado na pele que esvazia o olhar
Rosto cinzento de nuvens
Desconexo o sonho vão ruma ao infinito
Onda paralela de saudade que abraça e destroça
A dor joga aos dados, lentamente com o corpo
Num duelo agudo, uterino de rasgo.
Sabor ocre ensimesmado que desenlaça lágrimas
É urgente voar.
Desdizem-se as verdades e os mitos num búzio que canta mar.
A dor é amoral e tem pó nas arestas.
O amor doce de primavera e a graça simples da saudade.
Um tempo que estagna e desaparece.
Como a alma quando morre.
Um embalo frio de tão real
O lado inacabado do nascer
A nua sombra em riste que enfim jaz
Com um novo raio de luz.
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