Um poema começa de forma imprecisa
Irrompe de um choro contido
de sal sobre a pele
Até deixar de saber o sabor
do verbo
E o poema atinge com a força de um ferro
Porque há na escrita uma dor latente
Uma coisa insidiosa que lateja
sobre a pele
E é sol, e é sal e é só o poema
E é só um poema que pulsa
na pele
O poema persiste de forma improvável
Inunda o olhar de choro composto
só sal no papel
E um poema no rosto
A perder de sentir o sentido
do verbo
E o poema é quem t(f)inge de cor
Porque há no Autor um inédito desejo
de exibir a pele
E o poema é só
um pretexto
5 comentários:
Gostei IMENSO do seu poema, Marlene! Muitos parabéns.
ana luísa
Olá Marlene
Um poema que 'é só sal no papel' feito para 'exibir a pele'.
Muito bonito.
Olá Marlene
o teu poema "tinge de cor" e enriquece o blog. e é tanto, o poema "que começa de forma imprecisa", "que atinge com a força do ferro", "que é só pretexto", "que lateja sobre a pele" até " deixar de saber o sabor do verbo" e "é sol, e é sal e é só poema". gostei muito.
Bjo.
Olá Marlene
Agora estou viciada em comentários:) Tenho que parar! Mas voltei a ler o poema e gostei ainda mais de toda a essência que está no 'sal no papel'. Funde-se com o verbo e aparece quase por baixo da pele. Um poema é realmente feito para exibir a pele.
Esperamos o próximo.
Beijinhos
Joana
Obrigada pelos comentários.
Joana os teus são excelentes, não pares porque gosto de os ler tanto como aos poemas.
Um beijinho
Marlene
Enviar um comentário