I.
Quis ser realizador de cinema mudo
e captar a
câmara negra, o registo quente e solar:
do teu sorriso, monólito aceso de obsediana e
voo perfeito, captar num ângulo Múltiplo um abraço e
tudo que é gente e Sobe
ser só ângulo de encontro e perca, tudo que queima, derrete e chove
Sonho de borboleta africana, pirilampo e urso polar;
Concerto de muitos sinos e do Chile inteiro no fundo do mar,
unir os sonhos por novelos de espuma
Recheá-los de tudo o que está por fundir,
Ser a Gente que veio e a Gente que há de vir
II.
Unir dois sonhos numa grande angular
Induzir a Pluto que se torne gente e só vontade de errar,
Comboio que acende e passa a fronteira
Comboio com todas as pontas acesas, só Desejo de Abraçar
Nuno Brito
2 comentários:
Olá Nuno
soltou-se tão larga a tua poesia que só me resta agradecer esta partilha. Gostei muito e vou lendo e relendo.uma, e mais uma e outra em planos de grande objectiva de um magnífico arquitecto.
Obrigado.
Grande abraço
Olá José, bons olhos o vejam..que grande viagem! Mas cheguei. Trouxe uma câmara de filmar na mão. Trazia uma carteira mas foi com a minha identidade para mar alto:)
Alguns já vieram e outros hão-de vir em comboios acesos. De tempos a tempos de imagem em imagem entre memórias e montagens até à Grande Ocular. Com o desejo de abraçar.
Parabéns, Nuno.
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