quarta-feira, 4 de março de 2009

Dentro

Dentro
Olho dentro
Fundo de mim
Água profunda de indecisão
Água parada de inquietação
Eu dentro
O mundo dentro de mim
O meu mundo em mim
Olho dentro
Entro
Aos poucos
Dentro, dentro, dentro
Não me assusto
Não fujo
Não sei a minha cor
Entro dentro
O mundo fora de mim já não se vê
Está todo dentro
Revestimento interno de caos
Olho dentro
Centro o olhar
Aos pouco entro
Não me assusto
Não fujo
Aceito o caos
O revestimento interno do Homem
A pele interna
Fragmentos de luz e pó
Somos nós
Por dentro
Olho dentro
Água profunda de vida
Morte em abstracção
Desejo de cor
Dentro entro
Interno
Inteiro
Aceito
A paz
Interna
Inteira
A paz
É caos integrado
Não me assusto
Não fujo
Olho dentro
Dentro, dentro, dentro
Até me ver
No teu olhar.

2 comentários:

josé ferreira disse...

Liliana gosto e gostei desta viagem por dentro, vista de dentro, um poema que se lê de sopro e termina na mesma harmonia contínua de quem se descobre.

Bjo e parabéns

Joana Espain disse...

Tão lindo!