sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Num copo de vinho

Num copo de vinho
Moram os dias
Audazes
Dos capazes
Ébrios alados

Afogados
No vinho a copo
É tinto o corpo
É findo o torto medo de ser
Somente

É findo o corpo modo de ser
Só mente
Porque do corpo a copo
Bebido
Assumes o dia
Consumido

E já nem sentes
O dormente
Verter de horas
E demoras
Sem escapar
Dos dias
como este

Mas,

Se ainda te moleste
O temor que bem pressentes
Mergulha fundo no copo
Dos contentes

2 comentários:

josé ferreira disse...

Marlene gostei deste copo de vinho em que o líquido (prevejo tinto) se escoa num descer de nível lento e que vai de modo diverso cescendo na alegria solta dos contentes. Bom retrato!

Bjo e Parabéns

Joana Espain disse...

'É findo o torto medo de ser
Somente---
---O dormente
Verter de horas
E demoras'

Precisa homenagem ao velho copo. Muito bonito.