Cozinha o coração
Em lume brando
Conserva a emoção
Num jarro de formol
Clorofórmio e algodão
Amores em bando
Esses pássaros atingidos
De anestésica candura
Voam cegos pelo sol
Caem de paixão madura
Crava o pé no travão
De vez em quando
Trava o lanço da ternura
Não consintas o sentir
Que o amor embriagado
Desse sangue sem comando
Paga multa ao conduzir
Na veia e em pulso agitado
De quem cede ao seduzir
Enterra a emoção
Sou eu que mando
Dita a dura ditadura
Cava cova ou cave escura
O sentir, se sepultado vai durando
2 comentários:
Marlene gostei do teu momento metafísico ordenando a emoção; esse cavalo à solta que não há quem conduza. Passeei pelas palavras, pelos versos, pelas ideias, pela vontade de em lume brando cozinhar o coração, carregar de vez em quando no travão, domesticar a emoção agridoce e concluí que a artista faz sentir a quem lê o paradoxo
que nos assalta: " Conduzir e ao mesmo tempo ser conduzido por debaixo do pano onde palpitam emoções!
Parece-me um poema bem realista e para terminar vou citar a célebre frase "to be or not to be" eis a questão e como a vida tem o reverso da seriedade esta frase também tem piada nos no-sense dos Monthy Pyton.
bjo. e até breve.
Adorei! Achei muito bom, novo e livre. Muitos parabéns.
Beijinhos e um excelente ano:)
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