quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Soneto Verso a Verso de passo incerto

Depois de muitas revoltas voltas de uma folha
que desesperava a rima incerta
do poeta precedente,
eis que surge o resultado
um soneto simplesmente:

Tanto de meu estado me acho incerto
Que dá pena ouvir-me, ver-me ao espelho,
uma cortina com um retrato velho
abertura ao encontro do espelho

Uma fantasia nova a vê-lo
com outras cores além do vermelho
vermelho luz claridade e elo
incêndio rigoroso num gelo

Impossível desta forma mantê-lo
mas muito viável um dia revê-lo
sob novas formas reavivá-lo

Adeus formas doentias em dó
que a alma não pode estar só
já basta um dia saber-me... pó!

Maria do Céu, Nuno, António, José

Que
de cabelos desgrenhados
mesmo alguns arrancados
desta grande aflição
já se livraram!

4 comentários:

Ana Luísa Amaral disse...

Não sei o que pensam os /as colegas, mas eu gostei imenso deste soneto...! Há uma bela expressão: "incêndio rigoroso"

Rio disse...

oh gente, muito bem!

liliana disse...

Gostei muito do soneto, remete para o encontro de nós connosco mesmo ao espelho e o encontro com o nosso devir e as nossas mutações e metamorfoses no envelhecer e viver.
parabens aos autores

Nuno Brito disse...

somos o Chelsea dos sonetos, fazemos uma boa equipa