Escrevo como se os teus olhos
atrás do ombro
espreitassem luzidios...
como se..não os vendo...
ainda assim sabendo...
alimentassem de novo
um rio de margens revolutas
de sossego de ventos brandos,
de acalmia segura...
minha...tua...
Escrevo como se no teu colo
olhando areias finas
retomassem gaivotas o horizonte...
asas brancas... azul cristalino...
ainda assim sentindo
a mão amena
o rosto em desafio
prendendo a Lua
minha...tua...
Escrevo de língua quente, da pimenta...
lábios de chilli ardente,
nas últimas gotas da laranja nua...
querendo o beijo... a sobremesa...
o corpo mole, a floresta muda...
ainda assim despertando...reassumindo
o falo laço num sussurro...
roçando emergente, líquido, explosivo...
deslizando...
em lisa pele de seda pura...
minha... tua...
José Ferreira
3 comentários:
gosto muito da conclusão do poema. Especialmente da última estrofe. Parabéns!
A linguagem é viva e concreta. Estes 4 versos são fantásticos
"lábios de chilli ardente,
nas últimas gotas da laranja nua...
querendo o beijo... a sobremesa...
o corpo mole, a floresta muda..."
parabens.
É um poema de sensualidade, desejo e encontro. A dança dos corpos e da paixão.
Forte. Lindo. Gosto da relação e da confusão permanente entre "minha...tua...". Parabéns.
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