segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Nosso Poema de Amor

Vezes incontáveis aspiro o teu perfume
de minhas mãos, que das tuas se hão despidas,
Um misto de saudade, ternura, dor, ciúme,
abre em minha mente tantas feridas.

Quisera eu têr-te aqui, poder enlaçar-te,
chamar-te amor, querida, com brandura,
mas olho em volta e só cuido imaginar-te,
sussuro teu nome, dou-te um beijo com doçura.

Rogo ao Além forças e nobre confiança,
para que possamos manter a viva esp'rança
de que nosso amor perdure, sempre amigo;

Cerro os olhos, relembro o teu sorriso,
teu corpo jovem, teu carinho que eu preciso,
vou deitar-me... e vou fazer amor contigo!


( Soneto de amor, Porto 1980; in "Eu e o Silêncio", 2008
- 2ª reedição , Edições ECOPY )

2 comentários:

Elza disse...

Bonita ode ao amor e à saudade... É por isso que eu acho que nunca poderá deixar de existir a poesia. Independentemente de todas as loucuras e perdas que acontecem neste mundo, se não fôr por mais nada, se no fundo dos corações ainda houver um resto de amor, saudade, uma esp'rança... Haverá sempre poesia!

A desalinhada disse...

Um lindíssimo soneto de amor, de desejo e de saudade!
Aqui, brilhou o poeta, a grande altura e o médico...descansou.


Maria Celeste