Vezes incontáveis aspiro o teu perfume
de minhas mãos, que das tuas se hão despidas,
Um misto de saudade, ternura, dor, ciúme,
abre em minha mente tantas feridas.
Quisera eu têr-te aqui, poder enlaçar-te,
chamar-te amor, querida, com brandura,
mas olho em volta e só cuido imaginar-te,
sussuro teu nome, dou-te um beijo com doçura.
Rogo ao Além forças e nobre confiança,
para que possamos manter a viva esp'rança
de que nosso amor perdure, sempre amigo;
Cerro os olhos, relembro o teu sorriso,
teu corpo jovem, teu carinho que eu preciso,
vou deitar-me... e vou fazer amor contigo!
( Soneto de amor, Porto 1980; in "Eu e o Silêncio", 2008
- 2ª reedição , Edições ECOPY )
2 comentários:
Bonita ode ao amor e à saudade... É por isso que eu acho que nunca poderá deixar de existir a poesia. Independentemente de todas as loucuras e perdas que acontecem neste mundo, se não fôr por mais nada, se no fundo dos corações ainda houver um resto de amor, saudade, uma esp'rança... Haverá sempre poesia!
Um lindíssimo soneto de amor, de desejo e de saudade!
Aqui, brilhou o poeta, a grande altura e o médico...descansou.
Maria Celeste
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