segunda-feira, 13 de outubro de 2008

3º TPC

Um relâmpago em descarga de luz
acenando em festa, fogo de artifício,
choque de electrões, positrões e uns quarks,
rebuscados palavrões de técnicas, brincadeiras
de ciências nas tentativas vãs de tudo resumir a
simples definições!

E nós gelatina de emoções, infímos pontos findos
na escala dos valores eléctricos; choques de medos
abraçados nas esperanças da nossa vez adiados, sendo
outros os afectados quando chegam os trovões ribombantes
possessivos de amanhãs, determinantes, condutores de destinos!

E nós neutrões, sem o poder magnético das previsões,
num valor de escala mínima nos seres vivos mais sensíveis!

E nós forrados de penas, sem asas, na revolta dos ares divinos
em câmbios reflexos nas águas iluminadas, infantes pequenos e deslumbrados!

E nós milhões de seres ufanos de haveres,micros do Cosmos de magnitude
transmudados na similitude de uma refracção de estados, partindo vidas,
quebrando almas,
num namoro de auroras, ruídos fortes;
crescendo vida
quando relâmpagos
abrem os mares!

1 comentário:

Ana Luísa Amaral disse...

gosto muito do início: "Um relâmpago em descarga de luz /
acenando em festa". e acho a última estrofe muito bem conseguida. e, mesmo achando que a palavra "infante" podia ser substituída, também desta:
"E nós forrados de penas, sem asas, na revolta dos ares divinos /
em câmbios reflexos nas águas iluminadas, infantes pequenos / e deslumbrados!" .