A propósito do verso " O mar, em seu lugar... pôr um relâmpago"
Oh mar que és tão leviano,
que na areia te deleitas,
outras vezes tigre, desumano,
orgias de horror não rejeitas.
Usas a morte como amante,
acalmando o teu desespero,
sei que és torpe, arrogante,
- porque te olham com esmero?
Tens encanto, és magnificente,
e tão soturno ficas ao luar,
estímulo de paixão, sede de amar.
Por vezes és gélido, e maquiavélico,
temo que alguém se te compare,
se exceda, transfigure em ti, doce mar!
(APO / psd. António Luíz : "Vida - Paixão e Tormento" (2008))
1 comentário:
Gostei, mas acho que precisa de mais trabalho. Por exemplo, evitar rimas forçadas: fica claro que em "orgias de amor não rejeitas" essa inversão tem a ver com a rima com "deleitas" dois versos acima. Gostava ainda de ter visto o relâmpago -- ou algo que o evocasse... Mas gosto muito da ideia do tigre no início
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