Este doce mar que me faz naufragar no seu esplendor!
Fumo, fumo intenso de quem bebe e de quem vive!
Oh! Vida sentida!
Que luz vejo? Que luz?
Tentação que seduz...
E alma e onda e porto que num reflexo se encontram!
E pontes de círculos e sinais...
Almas perdidas e mentes esquecidas
Que são tempo, são pó de alvorada!
Cego com um louco, cego! Infeliz que nem cão...
E mago no meu mundo que nada vira no senão!
E vejo outro pico - outro, ao longe - e viajo!
É a luz que me acorda... me devora!
Vai nascer! Renascer! Sorrateira...
É o som do novo ser na dianteira!
Ai que eu quero voar! E girar, rodopiar até mais não...
E dizer-vos que sou - o que sou -
Nesta geração de marinheiros solitários!
De corais extintos! De peixes famintos...
E mais e mais e mais!
Ângulos obtusos no areal extenso...
Rochas, folhas do mar e de sua música,
Filhas da terra e de seu mundo que é este!
Ancorados os anjos na terra...
Que de longe me acenam e fitam,
Do poente me engolem, criticam
Esta triste figura que os invoca do nada!
É um ponto negro na plenitude da vida...
Que se faz difícil mas não é!
Traiçoeira e crua, na noite da rua
É a vida que se ouve, é tua!
E é minha no dia e na manhã!
É minha no azar e na fortuna...
Dos momentos de glória e vitória
Nas sentenças do coração mestre!
David Campos Correia
Sem comentários:
Enviar um comentário