terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fragmento XVI - Ternura para um dia terno



TERNURA. Prazer, mas também a valoração inquietante dos gestos ternos do objecto amado, na medida em que o sujeito compreende que não tem o privilégio.

1. Não é apenas a necessidade de ternura, é também a necessidade de ser terno para com o outro: fechamo-nos numa bondade mútua, somos reciprocamente maternais; regressamos à raiz de toda a relação, aí onde a necessidade e o desejo se confundem. O gesto terno diz: pede-me seja o que for que possa adormecer o teu corpo, mas não te esqueças também que te desejo um pouco, ligeiramente, sem nada querer para mim imediatamente.

Roland Barthes "Fragmentos de um discurso amoroso", ed. 70, 1981

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