domingo, 18 de setembro de 2011
o triunfo de Vénus
Cszaba Markus
a distância no aparo muito fino de uma canetilha
onde era costume tornear mapas de continentes
realçar as fronteiras e nomear a origem;
a cultura sólida e a liquidez dos mares -
mas não é este caso, a causa próxima -
da profundidade dos cabelos
nascem linhas, a forma e um objectivo
na complexidade de óleos da china
um quadro, um rosto, o sfumato
a face lisa de uma subtil continuidade -
e tudo fica subentendido, a raíz -
como confessa Apolo no longínquo oceano
há sempre o risco e a substância
quando se perde o lugar dos olhos, a linha azul;
mas não se ignora Cronos, o mostrador do relógio,
e surge a gota de sangue
o desespero da distância
o relâmpago de Vénus, o fumo na varanda
e o silêncio -
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