sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Mar - os poemas de José Almeida Silva
Wagner Lima
Gota de água
São uma gota de água estes três anos
E a poesia uma poalha de ouro –
Constroem um tesouro os poetas.
Que o diga o mar de azeite inacessível –
2011.09.09
José Almeida da Silva
.........................................… olha como é brutal o mar.
O mar intacto
Só agora o mar lhes entrou pelo olhar
Trazendo-lhes na espuma esboços de futuro.
Ela surpreende-se de êxtase e desvelo
Dedilhando o recém-passado na maré;
Ele retrai-se diante do oceano imenso
Mas a graça da terra sonha-lhe o futuro.
O futuro e o mar enlaçam-se em segredo
E a esperança e a terra prometem liberdade.
Em mim, os outros são eu sem medo da cidade
E eu o mar na minha transitória eternidade –
2011.09.08
Soneto
Olho os navios que ainda não chegaram
E os pássaros anunciam-me os teus olhos
Eu corro para o cais buscando os molhos
Da ternura que as aves felizes te levaram.
E agora que as ondas vão crescendo,
Vai crescendo o desejo de te ver,
Pois sinto a minha alma a sofrer
E todo o corpo aceso te querendo.
O distante horizonte se aproxima
E os navios em festa vão entrar
No cais do nosso amor que se ilumina,
Para que tu, meu amor, e eu contigo
Naveguemos o Amor no seu altar –
Mar de ternura que guardei comigo.
2011.09.05
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1 comentário:
José, direi que,
na poalha do tempo íngreme são os poemas que geram o lastro e nos permitem ser, do tempo que passa, navegadores em circum-navegação - o mar, esse permanece, para que sejamos, a cada instante, conscientes da nossa efemeridade.
Obrigada, José, por cada letra que aqui traz.
Mel
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