terça-feira, 24 de agosto de 2010

eros em três actos e um final feliz


Antonio Canova "Eros e Psique" Museu do Louvre Paris

de princípio a fotografia
um quadro e uma janela
apenas um vidro partido
a invisível poeira do espírito
um sopro indefinido de origem

a tridimensional melodia na forma de uma ave
um piano uma dança interminável
viagem original e válida

um moinho encantado de velas esguias
e as montanhas que sendo altas e frias
deslizam suaves como rios
rios lentos tão lentos como lagos
em planícies claras e pertinentes

- os sonhos brilham

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a passadeira vermelha aproxima os rostos
de uma bússola intempestiva
magnetismo
norte sul este oeste
os pólos atrasam-se e fundem
- os dias cansados de serem dias
- as noites
o encontro

- lábios grandes e o fogo

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na suspensa vibração de um acorde
a lua lança um grito
simbiose suprema de um uníssono
completo e único

- a noite uma laranja de crepúsculo

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