domingo, 25 de abril de 2010

Xilofone

Vou desfazendo estrelas com as mãos
Enquanto partes

d-o-r
deposito o pó em vasos
em embriões ingénuos de passado

um testamento de memórias na pele
que a água não apaga
não lava

nem as lágrimas são estrelas
— a ausência é um planeta isolado

distante o sol deseja não ser nada
só luz
perder o corpo

vou desfazendo estrelas com as mãos
enquanto partes

p-ó
nascem flores do pó
com pele de seda e água

a matéria presa
—surda
só nada em mim
quando partes

só estrelas
só sonho
s-ó

4 comentários:

josé ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
josé ferreira disse...

Olá Liliana

muito bonito! " vou desfazendo estrelas com as mãos/ enquanto partes" e já são dois poemas com muita música

Abraço

Anabela Couto Brasinha disse...

Olá
Liliana, gostei de todos os versos,
se é que se pode dizer gostar absolutamente de cada um deles, apreciei todo o poema!

Anabela Couto Brasinha disse...

Abraço