[«Um psiquiatra perturbado, um muçulmano devoto»;
«Eu não sou eu nem sou o outro»]
«Eu não sou eu nem sou o outro»]
Trago em mim
as almas do passado
E nem sequer as lembro
surgem-me às vezes
nítidas como palavras
espessas como sangue
ganham vulto no discurso
a que desconheço o berço
sussuram-me às vezes
o poema como água pura.
Obedeço a medo do que sou –
Como se fosse outros
ouço-me nas correntes
que transporto.
E sonho o reencontro.
2009.11.18
José Almeida da Silva
3 comentários:
Gosto das almas do passado como fantasmas permanentes acompanham e influênciam toda a vivência até ao absoluto - passagem para o lado de lá da vida.
Gosto em particular do "ouço-me nas correntes que transporte", é muito forte. Bj
José também gostei e concordo em absoluto com as palavras da Clara. Há uma presença espiritual, não desejada, impossível de recusar que guia a alma no "reencontro" .
Abraço
Uma sugestão: terminar com " E sonho o reencontro". Penso que o "absoluto" está inferido...
Bom texto!
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