quinta-feira, 5 de novembro de 2009

É como…

1.

É como…

Cinzas em lume
O ciúme
Um gesto de dança
A vingança
Guardar um segredo
O medo
Ser sem vaidade
A verdade
Uma mancha incolor
A dor
Corte sobre corte
A morte
Inventar uma história
A memória
Olhar em perspectiva
A vida

ana lúcia figueiredo


2.

Corpos de algodão
Vagos
Prostrados por sobre a bruma
Distante
Ofegante desejo de fuga
Por entre a aridez da solidão
No chão
Rochas expectantes
Pela queda dos amantes

ana lúcia figueiredo

2 comentários:

josé ferreira disse...

Ana Lúcia também gostei muito destes dois poemas. o primeiro com rima curta de ideias fortes e claras num ritmo bem conseguido.
o segundo de corpos sem formas definidas "vagos" "algodão" "a fuga" e as "rochas expectantes" como imagem de presença de obstáculos, dor, na queda dos amantes.

Abraço

Ana Luísa Amaral disse...

Acho que o José leu muito bem o seu poema. O contraste entre os dois poemas é muito bem conseguido. Gostei muito da ideia das rochas esperando a queda!