O Tempo foge-me
louco e desenfreado,
por muito que o queira reter,
tocar, ou agarrar
ou mesmo subtilmente prender...
Por vezes tenho louco desejo
de o encarcerar em mim,
p'ra que não possa fugir-me mais,
para que o possa assim dominar!
Não me restam dúvidas
que o tempo passado me fugiu,
mas tentei que me ensinasse
algo de sublime, ou de muito vital;
procurei ser receptáculo fiel
dos seus melhores ensinamentos,
p'ra que me ajude a agarrar
um Tempo ideal no presente,
p'ra que me ensine a amá-lo
sem desesperança, mas com amor,
e sem quaisquer critérios de submissão!
Nesta interdependência fulcral,
ou nesta amálgama de razoável vivência,
eu sobrevivo, e testo
a tamanha importância do Tempo;
por vezes vejo-me sem alternativa,
acreditando na louca decisão
da procura de um novo Tempo...
Como Miguel Torga em sua "Viagem",
eu assumo fielmente que
"em qualquer aventura, o que importa é partir,
não é chegar!" .
Interrogo-me se na viagem louca do Tempo,
não haverá a mesma percepção (?)
em relação a um Tempo vindouro
que se não pretende adivinhar?!...
Afinal, o mais importante pode ser
recriar ou reinventar um Tempo futuro,
partir para ele sem hesitação,
ou sem qualquer arrependimento,
por certo sem qualquer lamúria,
não importando saber
se o momento-instante do começo,
- quer para o bem, quer para o mal -,
poderá passar algum dia
a um qualquer tempo deserto,
sem chegada e sem qualquer fim?!...
Primordial é o Tempo da coragem,
da realização dos sonhos,
o Tempo do altruísmo e da abnegação,
mesmo que não haja homenagem,
ou um qualquer tipo de condecoração!
(António Luíz, 15-07-2009 )
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