Procuro o castelo de Sofar
nas montanhas de Jahir.
Decido exausto a pausa na jornada
a vinte mil léguas do lugar
nas dunas de Aquiserá.
No coberto improviso de uma tenda
dentro vejo estrelas cor de chumbo
existo horizontal quedo no espaço
único de um prisma concentrado
o meu mundo.
Quando dói o corpo e se sente
o esqueleto solto o músculo lasso
desiste o olhar qualquer que seja a Lua
crescente decrescente cheia nova
indistinta; hiberna na ausência
adormece em qualquer tempo
de sossego ou ventania.
Abre-se a gruta do descanso
o silêncio.
Não sei quanto dura. Muito ou pouco
o cansaço e o recobro no primeiro sono.
Mas sei que depois o sonho
como capa e envoltura
cobre melhor o ombro a testa absurda
hesitante e insegura
na força que reafirma certezas
a golpes de cimitarra
aos inimigos do desejo
da procura.
Procuro as montanhas de Sofar
nas colinas de Jahir.
Amanhã será o dia das mil sortes
da estrela polar
voltarei a partir.
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