domingo, 8 de março de 2009

Corpo a Copo - nova versão

Vivam!
Os audazes dias
Dos capazes
Ébrios alados
Que em ondas fantasias
Afogados
Fazem as pazes ao sol
Nas tréguas
Praias douradas
De um copo de etanol

Ah!... a eterna promessa
De um copo
Onde é vinho e findo
O torto
Medo de ser
Só um corpo
Onde é tinto ou branco
Ou Porto
Ou um modo de ser
Bem-vindo

E de corpo a copo
Eu brindo
Ao dia da garrafa bebido
Que assim vai esvai
Fugindo
Consumido

E nessa sede
Constante
O dia longo é instante
Que pouco sente
O dormente
Verter das horas
Em que a beber
Comemoras
O fim de um dia errante

Mas,
Se ainda que distante
Vejas na borda do corpo
O temor que bem pressentes
Mergulha fundo no copo
Dos contentes

1 comentário:

António Pinto de Oliveira (António Luíz) disse...

Eu entendo o pragmatismo da vida assim: é preciso com critério atingir o equilíbrio corpo-copo! E o corpo tem sempre que ser mais respeitado que o copo. Mas todos já fizemos ao menos uma dúzia de vezes o contrário!... Não se compensa ou se afoga no copo " o medo de ser ", mas quantas vezes desta forma já compensamos "um qualquer dia errante", ou uma fadiga somática ou psíquica excessiva. É óbvio que é mais certo revitalisar-mos o corpo com uns copos, mas sem perdermos as fronteiras corporais, e claramente alegrando o nosso eu, isoladamente ou sempre que possivel em bom convívio com amigos (as). Aqueles, creio eu, serão "os copos dos contentes", no fundo dos quais dificilmente caberão as manias ou as fobias dos outros que por vezes bebem perdidamente, de forma a que nunca se encontram!...Parabéns pelo belo poema, pois foi também um caminho para estas reflexões. António