domingo, 11 de janeiro de 2009

t-e-m-p-o

O tempo é este instante de tempo
Esta dança entre ser este e ser já outro depois
Danço no tempo
A vida é uma dança de estrelas
Danço no tempo
A vida num instante
As estrelas que dançam em mim
Eu danço nos intervalos da lua
As mulheres dançam na tarefa da dor
Dançam em ritmo no parto e no beijo
Dançam de cor
Sabem tudo de cor
Pintam tudo de cor
Danço no tempo
As mulheres são a vida a quatro tempos
A vida corre neste sorriso de papel
Deixo-te este sorriso por não te poder dar um abraço
(tempo para um abraço)
Deixo-te a vida no tempo incerto de um poema
Uma sutura de tinta na relatividade do tempo
A metafísica do teu beijo, do teu tempo
Esta vida que me corre
Tenho tempo
Todo o tempo
Muito tempo
Na calma doce e lenta
da espera do teu beijo de boa noite.

1 comentário:

josé ferreira disse...

Sou fã dos teus poemas e também gostei muito deste. consegues criar um clima belo numa envolvência metafísca de sentidos. Por vezes os poemas lembram-me nas revoltas dos baús das memórias músicas. Este
surgiu acompanhado de "Une valse à quatre temps..."
de Jacques Brel.

Obrigado e parabéns ( duplos, pelo poema e pelos anos que fizeste)