quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Lado B

Trazes-me tu este sabor a novo
Às coisas que eu trago há tanto tempo
Como se sentado no chão me abrisses
Em arca e soubesses
Exactamente
O lugar onde eu guardo
As coisas gastas que tu gostas.
Em teu redor tudo –
Eu e as palavras
Não as reconheço, eu que as digo
Surgem de mim já tuas e eu
Espantada
Por ver-te ver-me assim
Revisitada
Trazes-me tu esta nova versão de mim
Que com jeito e sem um gesto
A mais soubeste encontrar
Desconhecia até me fazeres dizer
Com clareza
As palavras inéditas que viviam dentro
Das outras, e dentro delas outras e outras
E eu outra tanto quanto elas,
Sem saber
Se fui eu que disse ou fui dita por mim

2 comentários:

josé ferreira disse...

Marlene os teus poemas são músicas preferidas, são palavras que saltam no ar e caem juntas completam um puzzle de emoções com sentido.
Adorei!
Saliento "como se sentado no chão me abrisses /em arca ..."e "as palavras inéditas que viviam dentro..."
Bjo.

Anónimo disse...

Marlene,se não és pareces.....
Gosto da tua poesia,ela é....não parece.
Bjs