O teu rosto torna-se periódico às vezes
e persiste
em oráculo
a querer saber do meu
e dessa certa quantidade de gente à procura de gente:
É um enlace nos olhos dos bichos
uma energia claríssima
um fogo em artificio de espelhos
com tendência para rios
com tendência para rios
a cobrir devagar,
atrás de cada passo
acordando cada cão que se espreguice ao sol
transparente a cada mão, tão liquida
(como a música
mas menos horizontal)
e no entanto move-se
como se ainda na sombra de uma luz que nos amedronta
e vai levando gente
para a clareira mais provável
ao nível das nuvens dos átomos
quando ainda se tocavam
alinha olhares inteiros de bicho
na inclinação certa de se imitarem
é uma energia claríssima que depois se vem a saber
2 comentários:
Olá Joana
é bom ler aqui, de novo, os teus poemas
destaco estes versos "uma energia claríssima / um fogo em artifício de espelhos / com tendência para rios"
Abraço
Obrigada e abraço grande José.
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