quarta-feira, 7 de novembro de 2012

alma




a alma é complexa
a alma é um mito como as deusas do Olimpo
a alma é uma desconhecida com braços e boca de neblina
a alma é uma aura sem corpo no corpo que habita
a alma tem faces indivisíveis:
bela como Fontana de Trevi
em ruína, como o Circo
 a alma é uma construção contínua –

penso na alma quando os meus cabelos se prendem na erva e ganham raízes
qual é qual: o inorgânico, a terra, o fluxo de células, o ser vivo, o espírito
penso na alma quando os olhos me abandonam e voam invisíveis
e são asas de vento
e flutuam, sem peso,  durante muito tempo  –

josé ferreira 6 Novembro 2012




1 comentário:

José Almeida da Silva disse...

Belíssimo, este olhar sobre a alma!

Gostei do género em que inclui a alma - "como as deusas do Olimpo" - um "mito". Só não sei se o sopro de vida que me constitui é apenas verosimilhança. No reino da Poesia há somente a verdade poético.

Um belo poema, o seu!